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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Jovens , maquinas de consumo!

Imagine esta cena: você está parado diante de sua TV, e o que aparece na telinha é um comercial com jovens bonitos, em um belo dia de sol, namorando, rindo e curtindo a vida de um jeito que só eles sabem como fazer. Ao término da propaganda, aparece algo como: "a vida é hoje!", "aproveite agora" ou outro slogan qualquer que remeta a esta mesma idéia. Isto porque, o público-alvo dos comerciais é justamente o jovem, hoje a maior parcela entre os consumidores, já que, entre outros fatores, viaja mais, se diverte mais e, por conseqüência, GASTA MAIS. É claro que nem todo jovem compra, gasta, viaja e se diverte porque simplesmente não pensa nas conseqüências. Mas é fato que, quanto mais jovem e inexperiente, mais facilmente se é influenciado a ter este tipo de comportamento.Para especialistas, esta é uma realidade do mundo atual, diferente do passado, quando os jovens eram mais engajados e a sociedade também vivia um panorama distinto."Esta idéia de consumo faz parte de um mercado fast-food, onde tudo tem que ser feito, e rapidamente", diz o psicoterapeuta do Departamento de Psicologia da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) Hipólito Carretoni Filho.Segundo ele, este comportamento de consumo não se reflete apenas nas compras, mas no modo como os jovens encaram a vida hoje. "Note que se um bar novo abre todo mundo o consome até que apareça uma outra novidade. A juventude é levada pelas circunstâncias", ressalta. O psicoterapeuta defende que este comportamento tem se refletido também nas relações interpessoais. "Hoje, até a fidelidade deles é circunstancial. Mantém-se um grupo de amizades e um relacionamento até o momento em que eles oferecem determinadas `vantagens´. Depois, joga-se fora e parte-se para outra", destaca.
Outra questão que pode desencadear este tipo de relação com as compras é a forma como o jovem encara os processos de consumo. Segundo o professor do Grupo de Estudos do Consumo do Departamento de Psicologia da UnB (Universidade de Brasília) Jorge Oliveira Castro, há dois tipos de consumo que devem ser levados em consideração: o por atributos utilitários, ligado à funcionalidade do produto e de que forma ele pode facilitar seu dia-a-dia; e o consumo por valores simbólicos - neste caso, relacionado ao status que o produto pode fornecer como identificação com determinado grupo de pessoas ou prestígio perante a sociedade. "É justamente este segundo parâmetro que tem tido valor para estes jovens", declara o professor.
Carretoni Filho diz acreditar que este comportamento também pode ser desencadeado pelas relações de grupo. É importante que o jovem esteja atento aos fatores que o impulsionam a comprar: "Muitas vezes alguém de sua turma aparece com determinada pulseirinha. Aí lá vai o jovem atrás de uma pulseira igual para ficar na moda", diz.
Segundo ele, esta questão de auto-afirmação é muito perigosa porque, ao mesmo tempo em que pode desencadear um comportamento de consumo desenfreado, dependendo do tipo de grupo em que o jovem está inserido pode levá-lo a desenvolver ações muito mais prejudicais a sua saúde, como, por exemplo, o consumo de drogas e bebidas alcoólicas. "Jovens suscetíveis têm muito mais chances de experimentar álcool e drogas do que os jovens de `cabeça feita´", diz.

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